Avanço chegará a 8%, estima Diretor da UNICA, para quem a redução na oferta de matéria-prima chega a 13% no ciclo atual
Oficialmente, segue até 31 de março a safra de cana-de-açúcar 2021/22 na região Centro-Sul do país, responsável por 90% da produção nacional de etanol e de açúcar. Mas essa data é oficial, porque, na realidade, no fim de dezembro apenas 6 unidades produtoras de cana seguiam em produção. Em tempo: 262 unidades operaram na safra em andamento.
Diante disso, o ciclo 21/22 amargará, mesmo, quebra de 13% em oferta de cana. Essa projeção foi feita em 16 de dezembro pelo diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, na coletiva promovida pela entidade.
Melhor dizendo, a estimativa é de que a safra feche com 525 milhões de toneladas de cana processadas, redução de 13,3% na comparação com os 605 milhões de toneladas no ciclo 20/21.
Motivo da quebradeira: as intempéries climáticas registradas ao longo do atual ciclo levaram a uma redução na quantidade de cana processada.
O saldo de produtos das usinas vai em linha: até 31 de dezembro, quando a UNICA liberou o último levantamento de safra, a moagem no Centro-Sul chegou a 521,6 milhões de toneladas. Esse volume reflete a quebra de 12,67% ante a safra anterior. Dos produtos, a fabricação de cana caiu 16,14%, enquanto a do etanol hidratado (veículos flex) decresceu 20,06%. A do anidro (misturado em 27% à gasolina) avançou 12,74%.

Mas e a safra nova de cana-de-açúcar, a 22/23?
Há dúvidas quanto à oferta de matéria-prima. Isso porque depende muito da maturação da planta, seja ela cana nova ou a rebrota (em crescimento para novo corte). E essa maturação precisa muito da combinação chuva e sol.
Se dependesse apenas de chuva, as projeções seriam pra lá de otimistas até porque choveu e muito em regiões canavieiras do Centro-Sul. Mas não é bem assim e as primeiras projeções de oferta de cana para este ano devem sair em março.
No entanto, na coletiva de dezembro, o Diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, fez uma projeção positiva para o ciclo 22/23, que oficialmente começa em 1º de abril.
Segundo ele, a produtividade média (medida em toneladas de cana por hectare – TCH) deverá crescer em até 8,5%. Em resumo, pode chegar a 73 TCH após ficar em médios 67 TCH na safra em fase final.
Quais os motivos dessa alta?
Em princípio o clima está positivo em termos de chuvas “o que permite bom desempenho do crescimento dos canaviais”. Ele afirma, no entanto, ser impossível afirmar que a oferta de cana irá crescer.
Como não dá para indicar o que ocorrerá com mais de 800 mil hectares afetados pelas geadas registradas ao longo de 2021.
“Mas há expectativa de recuperação”, disse, elencando alguns motivos: há melhor remuneração pela cana, houve mais investimentos em produtos biológicos como micronutrientes, o perfil varietal é mais moderno que na safra 11/12 e os canaviais estão mais sistematizados. Enfim, Rodrigues lembra que “viveremos uma ou duas safras para chegar ao potencial de produtividade médio, que é de 85 TCH”.
Vai e vem da produtividade da cana (em TCH)
